MURICI

MURICI DO BREJO/MURICI DA PRAIA

Byrsonima sericea – MALPIGHIACEAE

FONTE: https://www.programaarboretum.eco.br/especie/136/murici-do-brejo

Linda e frondosa, o Murici é uma árvore que varia de 3 a 20 metros, dependendo do tipo de solo e da formação florestal em que se encontra.

O nome vulgar Murici provém do tupi mborici, que significa “faz resinar”.

É nativa, encontrada na Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado (Campo rupestre, Cerrado (latu sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Ombrófila/Pluvial, Restinga.

É considerada uma espécie pioneira, ou seja, quando plantada cresce rapidamente em ambientes ensolarados e sem vegetação. Pode também ser secundária inicial, ou seja, ela germina em ambiente sombreado, após a ocupação da área pelas espécies pioneiras. Essa informação é importante para quem trabalha com recuperação de áreas degradadas, associada ao grande papel ecológico que desempenha na alimentação da fauna local.

O Murici tem apelo paisagístico, sendo utilizado na arborização urbana, em parques e jardins.

Mas, como aqui o tema principal é QuemPoliniza, vamos ver que são nossos amigos.

A floração do murici acontece entre outubro e fevereiro. O início da frutificação é em março.

As flores são hermafroditas, de pétalas amarelas. São melitófilas, portanto, polinizadas por ABELHAS.

FONTE: https://appverde.wordpress.com/2015/11/05/murici-byrsonima-sericea/

Produzem pólen e óleo. O óleo é produzido em glândulas chamadas de elaióforos e se localizam no cálice (conjunto de sépalas). Tanto o pólen como o óleo são utilizados na alimentação das abelhas e das larvas.

Segundo o estudo que cito abaixo 18 espécies de ABELHAS nativas são as POLINIZADORAS do murici. Estas abelhas são especialistas em coletar o óleo das glândulas, trabalho esse nada fácil. Elas raspam com as pernas dianteiras as glândulas de óleo, num tipo de “abraço” na flor e nesse processo o pólen fica aderido na parte ventral de seu corpo. O pólen, elas coletam pelo método de vibração (falarei disso em outra postagem) em outra visita, não na mesma: são organizadíssimas; em uma visita coletam o óleo e em outra o pólen.

A foto abaixo foi extraído do artigo citado no Saiba Mais. Mostra uma abelha Centris sp durante coleta de óleo. Está em preto e branco porque normalmente nos estudos publicados em revistas científicas as fotos não são coloridas.

fonte: Saiba Mais, abaixo

As plantas também tem lá suas estratégias. Para poupar energia na produção das glândulas de óleo em todas as flores, elas deixam algumas flores SEM esses elaióforos. A abelha não sabe e vai visitar todas as flores na busca de alimento, ou seja, vai nas flores com e sem as glândulas. Com isso, a planta economizou energia na formação das glândulas e manteve as visitações dos polinizadores intactas.

Fonte: Saiba Mais, abaixo

As abelhas polinizadoras são dos gêneros Centris spp, Epicharis spp e Augochloropsis.

As imagens abaixo mostram como é a aparência dos representantes de cada gênero. Você, com certeza, já deve ter visto alguns deles.

Centris analis

Epicharis flava

Augochloropsis sp

Abaixo, imagem do murici em flor.

SAIBA MAIS:

TEIXEIRA, L.A.G. & MACHADO, I.C. Sistema de polinização e reprodução de Byrsonima sericea DC (Malpighiaceae). 2000. link: https://doi.org/10.1590/S0102-33062000000300011 

https://www.programaarboretum.eco.br/especie/136/murici-do-brejo

https://www.arvores.brasil.nom.br/new/murici/index.htm

Publicado por Alexandra Gobatto

Bióloga, Doutora em Ecologia da Polinização e Biologia Reprodutiva. Produtora de conteúdo científico digital.

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