IPÊ BRANCO – Família BIGNONIACEAE

O ipê-branco pertence à espécie Tabebuia roseo-alba e é uma das árvores mais marcantes do Brasil.
Quando floresce, parece que nevou em pleno cerrado — um espetáculo que transforma ruas, parques e jardins.
Pertence à família Bignoniaceae, a mesma dos ipês-amarelos, roxos e rosa
Distribuição e Ecologia
A espécie é nativa e ocorre em várias regiões do Brasil, especialmente no Cerrado e em áreas de transição. É amplamente utilizada na arborização urbana por unir beleza cênica, resistência e importância ecológica.
Como muitas espécies de ipê, o ipê-branco perde todas as folhas antes da floração. Isso cria aquele efeito deslumbrante de “árvore toda branca”, que dá a impressão de neve — um dos momentos mais esperados do ano pelos observadores da natureza.
Fenologia
Floração: agosto a outubro
Queda das folhas: imediatamente antes da floração
Frutificação: fim da primavera e verão
O sincronismo da floração, abundante, facilita a atração de polinizadores e aumenta o sucesso reprodutivo.
Sistema Reprodutivo
Pesquisas demonstram que as flores são autoincompatíveis, ou seja, o pólen em contato com o estigma da mesma flor não leva a produção de frutos e de sementes. Há necessidade de um agente polinizador, que leve esse pólen para outra flor. Assim é possível a reprodução da espécie.
O ipê-branco depende, portanto, totalmente da fauna — especialmente das abelhas — para se reproduzir. Esse dado reforça sua importância como árvore urbana funcional, e não apenas ornamental!!
Polinização – Uma Flor Feita para Abelhas

As flores brancas possuem:
– odor suave,
-abundância de néctar,
-grande quantidade de pólen,
-antese diurna (as flores se abrem durante o dia)
Essas características definem a síndrome de polinização chamada Melitofilia — polinização por abelhas.
Principais visitantes e polinizadores – Abelhas!
Apis mellifera – abelha-do-mel, muito frequente nas cidades
Trigona spinipes – a famosa abelhinha “cachorrinho”, sem ferrão
Bombus morio – mamangava grande, poderosa polinizadora
Euglossa spp. – abelhas verdes, “de orquídea”, atraídas por fragrâncias
Xylocopa frontalis – abelha carpinteira, robusta e eficiente
Com exceção das abelhas de mel, Apis mellifera, todas as outras são abelhas nativas.
A diversidade impressionante de abelhas que visitam o ipê-branco reforça sua função ecológica: a árvore alimenta abelhas urbanas, que por sua vez sustentam a polinização de inúmeras outras plantas.
Num cenário de declínio global dos polinizadores, manter ipês-brancos nas cidades é um ato de conservação.
Importância para o Paisagismo Ecofuncional
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Várias árvores de ipê branco floridas, em cidades
Além da beleza óbvia, o ipê-branco:
sustenta populações urbanas de abelhas,
contribui para corredores ecológicos,
é resistente à seca,
produz sombra leve,
valoriza áreas públicas e privadas,
reforça a identidade visual da paisagem brasileira.
É uma espécie perfeita para jardins, calçadas largas, parques e arborização urbana planejada.
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árvores de ipês brancos nas ruas das cidades
- SAIBA MAIS
- Agostini, K.; Sazima, M. Plantas ornamentais e seus recursos para abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. 2003. Disponível em: Bragantia, 62(3): 335–343.
- Gandolphi, G.; Bittencourt, N. S. Jr. Sistema reprodutivo do Ipê-Branco, Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandwith (Bignoniaceae). 2010. Disponível em: Acta Botânica Brasilica, 24(3): 840–851.
- Reflora – Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Tabebuia roseo-alba. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br

